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 Kami-sama no Kiseki

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MensagemAssunto: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeDom maio 24, 2009 12:20 am

Bem, resolvi publicar esta história original minha que tem quase uns 5 anos desde que eu a criei. ^^'' Estou sempre editando uma coisinha ou outra nela, mas essa é a versão mais recente.

É um pouquinho longa, por isso eu tomei o cuidado ao separar os capítulos em blocos menores - assim não cansa ninguém. n_n'

Outra coisa: como esse é um projeto em associação com a minha irmã, existem desenhos que serviram de base para vários personagens dessa série. Talvez eu até poste uns desses ao longo de Kami-sama, quem sabe?

Sem mais delongas. ^^/ Espero que curtam um pouco, pelo menos.

______________________________________________________________________


Fase 1: Owari no Hajimari ~ The Life After Death
Ato I – Prologue: Shattered Dreams (01/03)

A noite cai. Leon Cambriage está apagando as últimas luzes deixadas acesas pelos discípulos que teimavam em permanecer acordados – provavelmente Ayumi. Sua missão originalmente importante como rei do Reino de Áries havia provavelmente reduzido-se a cuidar das almas que chegavam a Olímpia – não que ele reclamasse. Sua tranqüila vida como mentor destes aprendizes era suficientemente prazerosa para compensar todos os males de sua antiga vida na Terra. Desta, ele dispensava lembranças.

- ‘Creio que não há necessidade de lembrar da velha Austrália...’ – ele pensou – ‘... se ela esqueceu de mim há tempos.’




Leon caminhava lentamente por entre o tortuoso caminho que levava até a habitação sagrada do grande mentor espiritual de Olímpia: Mei, o sábio. Nada se sabia sobre ele além de que ele havia criado este planeta, mas provavelmente qualquer outra coisa fosse desnecessária: apenas isso já era motivo o suficiente para admirá-lo. Não era preciso de mais nada.
O Rei de Áries desconhecia o motivo pelo qual fora chamado até as dependências do sábio, mas provavelmente deveria ser para discutir juntamente com todos os outros soberanos reais do planeta sobre seu futuro, pois Olímpia estava ameaçada.
Uma ameaça que apenas Mei tinha conhecimento.

- “Pensando na filha, Leon?” – uma sonora voz pôde ser ouvida por Leon e por pelo menos metade do pequeno planeta.

Certamente não era do feitio de Lisiandro – Rei de Sagitário – ser discreto. Muito menos quando ele desejava se divertir com a estranha afeição paternal que Leon sentia pela sua mais nova princesa real, Ayumi. Arrepiando as pontas se seus cabelos louros quase castanhos, ele se aproximou do rei de Áries.

- “Na verdade, meu bom amigo, eu pensava em nós.” – foi a calma reposta de Leon.
- “Iiiih... não é por nada não, mas sou hétero amigo. Quem sabe em outra vida?” – brincou o rei do Reino do Verão, que era o mais jovem dentre todos eles, com pouco mais de dois milênios de vida – “Principalmente se você nascer com o corpo da Pamela Anderson.”
- “Sinto muito, mas desconheço tal moça. E não me referia a isso, engraçadinho.” – Leon acrescentou, rindo – “Me referia a Olímpia.”

Lisiandro ia responder algo a respeito da tal Pamela Anderson, mas calou-se ao perceber a seriedade do assunto. Optou então por mudar de assunto:

- “Você sempre faz esse caminho andando, apesar de morar num reino periférico, mesmo dispondo de teleporte em seu Castello.” – ele falou, mais para confirmar do que para perguntar.
- “Ah, imaginei que você fosse comentar isso.” – e acrescentou – “Unber sempre comenta.”

Infelizmente, Leon só percebeu que havia tocado no nome do desafeto de Lisiandro pouco depois de fazê-lo, punindo-se mentalmente por isso.

- “Unber é daqueles homens práticos em tudo. Provavelmente casou num casamento arranjado pela mãe, se é que chegou a casar.” – respondeu automaticamente Lisiandro, revirando os olhos castanhos.

Leon conteve o riso, sentindo a aproximação de um terceiro rei. Felizmente não era Unber, mas Althero, rei de Escorpião. Era mais velho que Leon, porém bem mais irresponsável que o jovem Lisiandro.

- “Nosso bom Unber não gostaria de ouvir isso, acredito eu.” – Althero disse, com um sorriso que indicava que ele próprio já havia proferido estas palavras várias vezes – “O velho Rei de Gêmeos tem muito que fazer puxando o saco do sábio...”

Isto já passava dos limites considerados aceitáveis, acreditava Leon. Mas aparentemente, naquela ante-sala, esta era uma opinião exclusiva dele.

- “Assim como sua princesa real, né Althero?” – foi a réplica de Lisiandro, que elevou sua voz para que a outra metade de Olímpia que ainda não o escutava a conversa pudesse ouvir também – “A jovem e, diga-se de passagem, belíssima Hathor não sai de perto de Mei. Lembra-me muito nosso conhecido Unber, apesar dele ser bem mais na dele.”

Antes que Leon impedisse uma disputa em outros níveis – mais baixos – uma quarta voz pôde ser ouvida claramente por todos:

- “VÃO SE FODER! Vocês irritam!!!”

O grito da rainha de Leão passou a mensagem satisfatoriamente. Nenhum dos três reis que discutiam, e nenhum dos outros seis reis que estavam caminhando até o lugar falou uma única sílaba. Percebendo que seu grito havia escapado de suas pregas vocais, as feições da rainha alteraram-se imediatamente.

- “Ah não... desculpem-me, é reflexo...” – disse, batendo sua mão na testa como que se punindo, ato que ela fazia repetidamente.

Apesar de assustado, Leon agradeceu à rainha mentalmente: jamais seguraria os ânimos de Lisiandro e Althero a tempo de não levarem uma bronca do sábio.

- “Creio que já tenhamos começado a manhã animados, não?”

Uma voz calma e melodiosa ecoou. Todos os dez reis que se encontravam na ante-sala foram imediatamente paralisados por tão imponente presença. De fato, Mei era facilmente destacável: cabelos cinzentos e olhos violeta, completamente impossíveis em humanos comuns, eram uns entre seus caracteres mais relevantes. A face jovem contradizia os vários milhares de anos que ele provavelmente já vivera.

- “Espero que a animação seja bem empregada.” – ele emendou, uma calma agora substituída por uma ironia quase imperceptível.

Atrás do sábio vinha Unber, que já os esperava na sala de reuniões. Este olhava para Lisiandro e Althero com um ressentimento ferino, o que indicava que ele escutara a discussão por completo, não reagindo apenas pela presença de Mei.

- “Sinto muito Lisiandro...” – Leon cochichou com o amigo, que ainda estava branco – “... mas você está morto. Ninguém insulta Unber na frente dele e sai inteiro.”

E a fina voz feminina, proveniente da Rainha de Câncer, fez coro com Leon:

- “Hoje vamos ter luzinhas verdes saídas do oitavo e do nono reinos... Escreva o que eu digo, Leonin!”
- “AAAAH!” – o grito de Lisiandro foi lentamente desaparecendo.



Ato I - Continue...
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeDom maio 24, 2009 1:51 am

Como comentei,eu li não achei ruim,com exceção daquelas duas partes. xD
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeDom maio 24, 2009 11:19 am

LOL,Muito bom!(aguardando continuação!^^)
Melhor parte:- “VÃO SE FODER! Vocês irritam!!!”
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeDom maio 24, 2009 7:47 pm

@Volken: Obrigada pelos elogios. ^^ Kami-sama tem um roteiro pronto a seguir, então supere seu problema com as luzes verdes. u-u'

@MCFLY: O 'Vão se foder' não era pra ser assim, mas terminou ficando assim por sugestão do Volken. ^^ Para homenagear certos membros de um certo fórum de Bleach. >p

Mais Kami-sama para vocês. ^^ Não que esteja alguéééém se importanto tanto, mas... já que já está pronto. silent


______________________________________________________________________


Fase 1: Owari no Hajimari ~ The Life After Death
Ato I – Prologue: Shattered Dreams (02/03)

Finalmente terminara de apagar quase todas as luzes, faltando somente a do escritório. Seus pensamentos voavam longe, perto do dia seguinte, quando ele finalmente revelasse a Mei que não tinha mais arrependimentos de nada, que poderia voltar para a Terra. Agora que encontrara uma discípula capaz de sucedê-lo, não desperdiçaria a chance de ver seu cargo em melhores mãos. Mãos mais jovens.
De repente, Leon notou de relance a presença de alguém. Virando-se para melhor ver quem o procurava, seu choque foi descrito em suas feições - que apenas seu ilustre visitante pôde contemplar.



- “Sinto se os fiz esperar,” – Mei falou calmamente a todos os já reunidos doze reis e rainhas – “Mas o assunto a ser discutido é bastante sério.”

Os reis se contiveram em perguntar o assunto a ser debatido e o porquê de sua seriedade: Mei logo explicaria tudo. Todos permaneceram calados.

- “Olímpia corre riscos.” – Mei continuou, para o espanto de alguns presentes – “Nosso planeta está ameaçado de explodir devido a um desequilíbrio de energia espiritual.”
- “Como!?” – Lisiandro não pôde mais conter-se – “Está dizendo que vamos desaparecer?”

Mais suspense. Leon já imaginava que o planeta corria risco, mas não esperava que Mei fosse reuni-los tão cedo. Um sinal de perigo iminente.

- “Acalme-se Lisiandro.” – Mei pediu, sua entonação sugerindo que aquilo poderia ser uma ordem – “Não são riscos imediatos. Como todos sabem, eu fundei este planeta em certo período de tempo, uma era distante. Mas os tempos mudam...”

A rainha de Leão, Chigusa, não se contém:

- “Mas Mei... o que você quer dizer com isso?”
- “Ora Chigusa, deixe-o falar!” – um irritado Unber replica antes que Mei pudesse abrir a boca para responder – “Ah, desculpe-me senhor! Não foi minha intenção intervir em sua fala!”

Apesar de compreenderem a seriedade da situação, os outros soberanos de Olímpia não contiveram sua vontade de rir, tendo de esconder com as mãos seus lapsos faciais. Mei sorri bondosamente para Unber, e, como se nunca tivesse sido interrompido, responde serenamente a pergunta de Chigusa.

- “Olímpia fica numa dimensão alternativa à Terra, de onde todos viemos. Para se atravessar uma dimensão, é necessária muita experiência a uma alma. De fato, não posso lhes dizer como eu próprio vim parar aqui, tendo sido o primeiro.” – e faz uma pausa, olhando nos olhos de cada um de seus doze reis – “Mas cheguei. Provavelmente, como não tenho lembranças de minha vida na Terra, eu devo ter sido um agregado de várias almas animais que se formou de algum desastre.”

Outra pausa. Todos já haviam escutado esta história, mas nunca proferida do próprio sábio. Mesmo Lisiandro escutava a tudo com uma devoção nunca antes vista por seus companheiros reis mais experientes.

- “A sucessão de acontecimentos deve ser mais ou menos lógica: nesta dimensão alternativa, minhas lembranças devem ter formado com o volume espiritual que eu tinha um planeta mais ou menos semelhante ao de origem. Assim nasce Olímpia,” – ele fala, dando uma pausa – “e a vida humana como a conhecemos.”

Todos agora relembravam a história que lhes foi contada pelos reis de sua época: Mei não era originado de uma alma humana como todos eles – daí as características físicas um pouco diferenciadas – mas ele havia de certa forma gerado o modelo de um humano.

- “O que importa é que, ultimamente, a Terra tem mandado cada vez mais almas capazes de cruzar dimensões. E, mesmo que o planeta envie almas de volta, não estamos conseguindo suprir a demanda de espaço aqui, o que nos levaria a ter que matar almas...” – e todos o miram assustados – “...o que nós obviamente nunca iremos fazer.”

Os reis se olham, num misto de alívio e espanto. Neste breve espaço de tempo, Leon não pôde deixar de estranhar a atípica expressão no rosto de Chigusa.

- “Infelizmente,” – continuou Mei – “creio que eu não seja mais apto a resolver algo desta magnitude, pois meus poderes foram todos divididos no dia em que eu fundei os Reinos Solares. Eu os dividi entre doze reis anteriores, e vocês os herdaram ainda mais poderosos do que os anteriores. Unidos, talvez possamos fazer algo a respeito.”
- “‘Talvez’, mestre Mei?!” – a rainha do Reino de Peixes, Karinne Liachtw, não abafou seu descontentamento.

Mei a olhou pensativamente. Depois, num franco sorriso, respondeu:

- “Sim. Talvez.”



Ania levantou-se pela trigésima vez naquela noite. Olhando nervosamente para o lado, indagando a si mesma se havia acordado alguém, viu apenas a jovem aprendiz Ayumi Suzuhara babando em seu travesseiro.

- ‘Ah sim,’ – ela lembrou-se – ‘Ayumi não conseguiu dormir direito e pediu pra vir dormir aqui...’

Pensando se sentia raiva por ver a garota babando em seu travesseiro favorito ou um amor maternal pela figura adormecida, a australiana levantou-se para tomar um copo d’água. Leon provavelmente iria querer fazer um quadro com essa imagem se ele um dia visse Ayumi dormindo.

- ‘Do jeito que é babão...’

Seu irmão nunca mudava. E assim era melhor mesmo.
Terminada a sua água, ela caminhava de volta para seu quarto quando notou que a luz do escritório permanecia ligada. Estranhando o fato, caminhou lentamente pelo escuro para não bater em nada.

- ‘Provavelmente Leon quer terminar toda a papelada antes de ir dormir.’ – ela pensou – ‘SE ele dormir... Tantos problemas com a morte de seus companheiros...’



Alguns meses depois da reunião, Chigusa misteriosamente faleceu. Os discípulos do Reino de Leão ficaram extremamente desorientados, guiados apenas por um príncipe real de nome Jomo Habib. Este, percebendo que não havia muita opção, decidiu fazer a Seleção Real e passou com honrarias, sendo bem recebido por alguns dos antigos reis. Outros – Althero entre eles – temiam que o príncipe tivesse exterminado Chigusa para tornar-se Rei de Leão.

- “Sabe Leon,” – Lisiandro comentou com seu amigo – “Chigusa não andava muito bem mesmo... e ela já tinha alguns milênios, né?”
- “Lisiandro, não sei dizer. Talvez sim.” – o ariano preferiu não comentar sobre a estranheza no comportamento de Chigusa na última reunião.
- “Vocês sabem, acho que ela foi assassinada.” – o rei de Libra, Oswald, resolveu se intrometer na conversa – “Assassinada por aquele príncipe dela. Ele estava muito calmo na seleção real, nem parecia que a mentora dele por dois milênios tivesse morrido!”
- “Isso é uma acusação séria, Oswald.” – respondeu calmamente Leon – “Mas tem fundamentos. Só não saia espalhando isso para o seu reino.”
- “Ora Leon, e se você foi o próximo!?” – o Rei de Libra parecia enfurecido – “Estamos mantendo um assassino entre nós e ninguém se preocupa!”

Uma semana depois, Oswald inexplicavelmente veio a falecer também.




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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeSeg maio 25, 2009 4:46 pm

NOOOO O OWSVALD MORREU T,T!
Muito bom!
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeSeg maio 25, 2009 11:18 pm

@MCFLY: É, Oswald morreu. XD Convenhamos, o coitado mal teve tempo de falar alguma coisa... Já foi logo morrendo, e a morte dele não teve nem graça. XD

Pronto, com essa parte encerramos o primeiro capítulo, que é prólogo. E é agora que a história começa de verdade.


______________________________________________________________________


Fase 1: Owari no Hajimari ~ The Life After Death
Ato I – Prologue: Shattered Dreams (03/03)

- “VOCÊ?!” – Leon exclamou, verdadeiramente surpreso – “O que você faz aqui!?”

Mas nenhuma resposta é ouvida. Alguns segundos depois, Leon vê algo em seu chão que quase faz com que ele perca a consciência.
Sangue.

É fato conhecido em Olímpia que reis não se ferem com facilidade. E, quando o fazem, nunca sangram a não ser quando estão com graves ferimentos ou...

- “...morrendo... eu estou mor... ren... do...” – a voz de Leon vai pouco a pouco enfraquecendo.
- “Sinto muito senhor Leon.” – a figura sombreada lhe responde antes de dar as costas para se retirar – “Mas era necessário.”

Silêncio. Leon teve a confirmação de seu óbito quando viu luzes verdes saindo de seu corpo subirem aos céus de Olímpia, voltando para casa. Voltando para a Terra.

- ‘Quantos mais...?’

Não teve forças nem mais para pensar. Num último momento de vida, fechou seus olhos, alheio os passos que se aproximavam no corredor, vindos da direção oposta pela qual a nublada figura de seu visitante havia entrado.

- “Leon? Hei maninho, responda algo! Estou te chamando há...”

Ania parou de respirar por alguns segundos. Seu espanto inicial foi seguido por um grito que, se não acordou todo o planeta, despertou todos os que habitavam o Aries Castello.


- “Okaa-san?”

Uma voz fraca, vinda de uma franzina garotinha que não aparentava seus quinze anos podia ser ouvida debaixo do kotatsu daquela habitação japonesa. Ayumi Suzuhara estava esperando sua mãe há pelo menos cinco horas. Ela nunca havia passado tanto tempo longe.

- “Okaa-san?! Obaa-san?!”

A menina estava desesperada. Sua mãe havia lhe ordenado a não sair dali, mas ela sentia fome e frio, mesmo sob o quente kotatsu. Pouco tempo depois, tudo desapareceu. Tudo parecia ser desintegrado nos olhos anormalmente vermelhos da japonesa.
Era a bomba atômica de Hiroshima, fazendo seu papel como um dos maiores desastres que a Terra já vivenciou.



- “AAAAAAAH!”

Ayumi se levanta da cama, ofegante. Nunca antes havia tido aquela reminiscência. De fato, pouco lembrava de seu passado além de seu nome, como se houvessem apagado todas as suas memórias. Mas, naquela noite, ela havia se lembrado de seu dia de morte.

- ‘Estranho...’ – ela pensou, desistindo depois de se aprofundar nisso – “Estou com fome...” – é seu único comentário.

Olhando para o quarto no qual ela se encontrava. Não foi preciso muito tempo para se lembrar que havia ficando com medo de dormir sozinha, pedindo para Ania lhe fazer companhia. No final, a razão de seu medo acabou tendo alguma base...

- ‘Ah, babei todo o travesseiro dela...’ – prevendo a bronca que ia levar, a menina se levantou, imaginando pela luz vinda de fora que já era hora de treinamento.

Se Ania já não estava mais na cama, já deveria ter constatado toda a história da babação de travesseiro, ela imaginou enquanto prendia seus cabelos negros em duas tranças. Uma vez que a bronca era inevitável, Ayumi se levantou para trocar de roupa. Olhando pela janela, assustou-se ao constatar que a luz que a despertara era na verdade várias luzes verdes, como se vaga-lumes subissem aos céus.
Uma morte.
Em toda a sua estadia de 63 anos em Olímpia, Ayumi havia visto apenas treze mortes. Mas somente três almas entre todas elas haviam irradiado tanta energia para a Terra de uma vez só. E, infelizmente, elas eram todas almas reais.

- “NÃO!”

Temendo pelo pior, ela apressou-se pelos corredores a procurar por Leon. No caminho, viu Heru, que a parou. Analisando a compostura do sempre arrogante Heru Sierra, viu que a coisa era séria. E o que escutou foi a perfeita síntese de todos os seus medos naquele espaço de tempo.

- “A-Ayumi... a-aquelas lu-luzes eram... o se-senhor...” – ele parou.

Não pode continuar, pois a japonesa já havia despencado no chão, num choro convulso e súbito. Percebendo-se esgotado também, uniu-se a ela nas lamúrias em homenagem à alma de Leon, cujas últimas luzes já se viam fracas no céu Olimpiano.



- “Leon, me diga uma coisa...” – o rei de sagitário iniciou uma conversa com o seu amigo depois da saída de Oswald – “Você realmente acha que foi o jovem Jomo quem matou Chigusa?”

Leon, que se encontrava sentado no topo de uma colina do Reino de Sagitário, olhou para Lisiandro, que estava deitado ao seu lado. Parando um pouco para pensar, respondeu:

- “Não sei.” – ele optou pela neutralidade – “Ao mesmo tempo em que acho arriscado envolvê-lo neste problema, não acho que aquele jovem pudesse matar Chigusa. Porém, seguindo essa linha de raciocínio, os únicos que poderiam fazê-lo...”
- “... somos nós.” – Lisiandro emendou a fala de Leon – “Reis Olimpianos.”
- “Sim. Isso mesmo.”

Um estranho silêncio se sucedeu entre os amigos. Terminados cinco minutos, Lisiandro resolve quebrar o constrangimento:

- “Se o inimigo está entre nós, não podemos mais confiar nos reis?” – ele pergunta, hesitante.
- “Pelo contrário.” – Leon responde ciente do espanto que sua resposta causa em seu amigo – “Temos é que confiar em nós, mesmo que seja tarde demais.”




No Sagitta Castelo, sede do Reino de Sagitário, Lisiandro está ajudando um discípulo quando tem um mau pressentimento. Olhando para a janela, vê luzes verdes subindo acima das nuvens.

Luzes fortes demais para serem de um mero discípulo.

- “Senhor?” – seu príncipe invoca-o, tentando chamar sua atenção – “Senhor Lisiandro?”

Se o jovem príncipe já estava assustado, ficou totalmente desnorteado quando viu seu rei, quem ele considerava ser a alma mais experiente de todas, deixando escapar lágrimas àquela alma que se levantava aos céus. Tentou chamá-lo mais algumas vezes sem sucesso, retirando-se em seguida, ainda desorientado, acreditando que seu mestre preferia ficar sozinho.

- “Agora eu entendi, Leon.” – o homem de cabelos agora castanhos levanta-se, as lágrimas ainda molhando sua face – “É tarde demais.”


Ato I - End
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeTer maio 26, 2009 11:59 am

Agora sim esquentou a parada!
Poste as outras partes que estão no Fámilia Anime ¬¬
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeTer maio 26, 2009 5:07 pm

@MCfly: É que lá eu comecei a postar antes, por isso tem mais capítulos. Rolling Eyes Mas tudo bem, já que insiste...

_________________________________


Fase 1: Owari no Hajimari ~ The Life After Death
Ato II – After Night (01/03)

O Rei Leon mal havia morrido quando a silenciosa relva que circundava o Áries Castello foi desbravada por uma outra figura, aparentemente uma alma masculina comum. O homem parecia não se importar com as silenciosas luzes verdes que ascendiam aos céus – e ele realmente não se importava. Uma alma como a dele, que já havia visto tantos reis passarem pelo trono real não achava nada anormal que um rei morresse antes de completar seus quatrocentos anos.

O homem vasculhou o local com o canto dos olhos enquanto organizava seus pensamentos.

Ele não era um mero servo de Áries, tampouco um dos discípulos reais: era muito superior a essa estirpe de gente. Afinal, ele era um Storyteller, uma das poucas almas de Olímpia que dispunha de uma memória perfeita. Apesar de há muito tempo ter abandonado seu verdadeiro nome, definitivamente não era por tê-lo esquecido.

Lembrava-se que seu nome era Euler. Sabia que tinha cerca de sete milênios terrestres. Sabia que seus cabelos nem sempre foram desse tom esbranquiçado, ou que suas pernas um dia foram fortes o bastante para que ele escalasse White Mountains[1] sem a mínima dificuldade.

Mas nada disso importava. Nomes não eram indispensáveis.

Parou de caminhar quando se deparou com uma das entradas subterrâneas que apenas ele e os outros como ele conheciam. Ao entrar, não estava particularmente surpreso em descobrir que não era o único a ter a idéia de reunir os outros Storytellers: a Storyteller de Gêmeos já estava sentada ao pé de uma escada mal-iluminada que levava aos outros corredores.

Alguns minutos foram necessários até que alguém dissesse algo. Por fim, ele decidiu que seria mais eficaz se ele fosse o primeiro a falar.

- “Leon Cambriage morreu.”

Ela não demonstrou ouvi-lo, mas ele sabia que ela havia entendido.

- “Meu reino está em desespero. Aquela princesa real dele não parece preparada e os outros são todos uns idiotas sem cérebro.”

Silêncio de novo. Euler já estava ficando irritado com o silêncio da geminiana. Ela era naturalmente lacônica, mas uma resposta seria, no mínimo, educação.

- “Você me ouviu?”

Só então, uma reação ocorreu.

Ela levantou os olhos, que se encontravam marejados. Não precisou responder nada – apenas aquela agonia presente nos olhos disfarçadamente verdes foi necessária para que Euler entendesse.

- “Ah, certo.” – ele disse, simplesmente.

Não era culpa dele nem da memória dele que houvesse esquecido um detalhe tão insignificante como o de a Storyteller de Gêmeos ser apaixonada por Leon.




- “EU AVISEI!” – o atual rei de Gêmeos, Unber Heinhett, exclamava em plenos pulmões para quem quisesse ouvir. – “EU DISSE que o Leon estava brincando com o fogo quando disse que ia liderar as investigações sobre os assassinatos!”

Lisiandro honestamente não queria ouvir, mas a voz grave e (agora) esganiçada de seu colega não o poupou. Agora ele tinha que se esforçar para não pular no pescoço de Unber – não seria algo próprio de se fazer no reino de eu falecido amigo em período de luto.

Os reis olimpianos – bem, os restantes - haviam se reunido novamente para tentarem chegar num consenso sobre o que fazer com o reino de Áries. Infelizmente, o que era para ser uma discussão saudável a respeito das possíveis saídas para os problemas governamentais do primeiro reino havia se transformado novamente em uma luta de egos.

- “Cale a boca de uma vez, Unber. O senhor Mei nem está aqui para você ficar dando uma de rei moralista.”

Os outros reis presentes controlaram-se para não estapear suas cabeças.

- ‘De novo não!’ – era o pensamento geral.

- “E QUEM você pensa que é para me dar ordens, Lisiandro!? Você é o rei mais jovem dentre nós. Uma alma que nem duzentos anos tem não sabe de nada.”
- “Uma pena, senhor eu-tenho-experiência: acho que eu sei mais do que você.”
- “Senhores, CHEGA.”

Os dois pararam imediatamente. Tanto Unber quanto Lisiandro olhavam estáticos para o dono da poderosa voz que os parara. E Jomo Habib não parecia muito satisfeito com a conduta de ambos.

- “Acho que não estamos passando uma boa imagem para a atual regente temporária do Aries Castello.”

Ania observava a briga atônita. Sempre imaginara os reis de Olímpia como símbolos de educação e fineza... Bem, era uma visão romântica, mas também não esperava que o sempre posudo Unber fosse assim, tão cabeça-quente.
Risadinhas foram ouvidas da direção de onde Jomo estava sentado. Ania anotou mentalmente a presença de Albert e Hathor, os mais novos reis de Olímpia.

E Ayumi, onde estaria!?




Por muito tempo, o Reino de Áries viu-se desorientado sem a presença de seu rei. Os habitantes, discípulos e mesmo os príncipes e princesas não conseguiram recuperar-se cedo do choque provocado pela perca de Leon. Os poucos que ainda tentavam cuidar dos afazeres do Aries Castello não sabiam se deveriam pedir a ajuda de Ania, pois a mesma definitivamente havia sido quem mais ficara arrasada pela perca de seu rei e irmão.

Exceto por uma garota.

Ayumi Suzuhara estava sentada numa pequena parte de um campo na qual floresciam rosas amarelas. Passou por sua cabeça a lembrança de ela um dia ter dito que não gostava de rosas, pois elas eram exageradas e cafonas. Estranhamente, seu cheiro nauseante já não lhe perturbava mais. Na verdade, poucas coisas realmente lhe fizeram sentir algo neste último mês.

- “Ayumi.” – uma voz calma se manifestou subitamente. Antigamente isso a teria feito levar um susto e sair correndo chutar a bunda de quem a assustara, mas agora já não surtia efeito nenhum.

Ela não sentia nada. De novo.

- “Ayumi.” – o dono da voz insistiu – “Reino errado.”

Resolveu olhar para quem a chamava. Quando seus olhos vermelhos fitaram os azuis de seu emissor, ela finalmente lembrou-se de que o pequeno anexo de rosas amarelas situava-se um pouco além do Reino de Áries. Mais exatamente, no reino ao lado, Touro.
Não manifestou surpresa. Daniel havia feito de rotina levá-la novamente ao Aries Castello à noite, quando ela já tivesse observado bastante o terreno ao ponto de ser capaz de descrever o movimento de cada rosa do lugar.
Isso por que ela dizia odiar rosas.

- ‘Pensando bem, acho que estou começando a gostar delas...’ – ela pensou – ‘...mesmo que elas não falem nada. Assim é melhor.’
- “Ayumi, não vou perder minha voz aqui.” – Daniel finalmente declarou – “Vá logo para seu Castello, ou vai estar frio demais quando você se aproximar de lá.”

O sol já estava começando a se pôr, o que infelizmente significava que o príncipe de Touro estava certo mais uma vez. Áries era um reino naturalmente frio, mas à noite chegava a ser insuportável mesmo para os ursos polares como Ayumi. Finalmente ela fez sinal de que ia falar, dez minutos após o início do monólogo de Daniel.

- “Acho que você deveria ir pra casa, Daniel.” – e ela acrescentou depois, amargamente – “Vá proteger seu rei enquanto você ainda pode.”

ISSO era completamente não-Ayumi. E Daniel sentiu vontade de gritar isso, como havia feito no dia passado. Mas, exatamente por ter visto que o incidente não havia sido realmente de alguma valia para ambos, ficou calado dessa vez. Por enquanto.

- “Não vou deixá-la assim no estado em que você está. Se a senhora Ania encontrá-la desse jeito, vai morrer de enfarte. Pessoalmente, até mesmo eu estou me controlando para não sair daqui, chorando de medo.”

Normalmente Daniel era calmo e educado com qualquer um, até mesmo Ayumi – quem fazia um bando de brutamontes parecerem mocinhas colegiais. Mas agora ele não estava normal: estava com raiva de Ayumi, e da sua estranha dependência de Leon. Conhecera o senhor Leon, até por mais tempo que Ayumi, e realmente o respeitara no mesmo nível que respeitava seu rei.
Por isso, o inglês sentiu-se mal quando se pegou pensando em como matar o senhor Leon novamente por ter feito aquilo com sua amiga. Não era culpa dele afinal se Ayumi resolvera dar uma de idiota.

- “Daniel, pare.” – a menina pediu, olhando finalmente para ele sem desviar o olhar – “Está ficando ridículo você se preocupar tanto com alguém que nem é do seu reino.”

O inglês não conseguiu imaginar nenhuma resposta. De fato, sua raiva de Ayumi não tinha nenhuma explicação; era completamente normal ela sofrer pela morte de seu amado rei. Era completamente aceitável que ela se sentisse desorientada com a falta daquele que a guiara desde sua chegada a Olímpia.
O que não era normal era esta reação melodramática do príncipe taurino. Isso sim, era inadmissível. E Daniel sabia disso.

- “Você está certa Ayumi.” – ele falou, forçando-se a se acalmar pela primeira vez em vários dias – “Agora se levante, vamos voltar para Áries.”


Ato II - To be continued...

[1] White Mountains; Fictício. Cordilheira que localiza-se ao Noroeste de Áries, fazendo fronteira com Aquário, Templo Central, Sagitário e Peixes.
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeQua maio 27, 2009 12:39 am

Três mortes de pessoas importantes,vamos ver o rumo desta história...*deixei pra ler de última hora,não faço isso mais... Neutral *
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeSáb maio 30, 2009 11:02 pm

@Chez: Se deixar pra ler depois, vai ficar com preguiça de ler o resto. XD *sempre acontece isso* Mais pessoas morrerão, claro. ^^

_________________________________


Fase 1: Owari no Hajimari ~ The Life After Death
Ato II – After Night (02/03)

- “Pode deixar as pastas aí, senhorita Georgiana. Sim, aí mesmo, obrigado. Agradeça a senhora Eleanor por mim, ela me poupou muito trabalho, de verdade. Não, não quero um chá não, obrigado. Ah, a senhorita Ana Manuela fez? Bem, se for assim, pode deixar aí. Aí mesmo. Obrigado senhorita Georgiana, pode voltar para o Virgo Castello agora.”

A jovem princesa de Virgem se retirou, após Jomo ter certificado que ela não queria mais alguma coisa. A voz do relativamente novo rei olimpiano era mais reforçadora do que autoritária, então não ficou muito aparente que ele já estava cansado da menina zanzando por ali. De fato, por sua calma, paciência e bondade naturais, Jomo poderia considerar a si mesmo como o mais apto de todos os reis a cumprir suas obrigações reais.

Jomo Habib bem que queria acreditar nisso.

Sabia que os outros reis olimpianos desconfiavam que ele houvesse matado a senhora Chigusa. E, para piorar, mesmo ele estando horrorizado com a hipótese ter sequer sido levantada, ele precisava admitir que fazia sentido: Se ele matasse a rainha de Leão, adquiriria os poderes que antes eram dela – sendo ela uma rainha, isso não equivalia a nenhuma mixaria.
Não era ajuda também o fato de ele ter passado tranquilamente pela Seleção Real: a partir do dia em que Jomo se sagrara rei, ele fora também alvo de críticas ferinas de outros reis mais conservadores, como Oswald e Althero. E alguns meses depois, ambos os reis tiveram trágicos destinos.

- “Muito bem.” – Jomo falou, mais para as flores colocadas em um vaso na lateral do que para si mesmo – “Algumas vezes o Destino é um puto.”

E, infelizmente, era mesmo. Foi tarde demais quando Jomo notou que era mais uma vítima da Lei de Murphy, pois a pessoa quem ele menos queria que ouvisse sua silenciosa declaração já se postava à porta, um sorriso no rosto.
Um sorriso realmente sacana no rosto.

- “Minha mamãezinha que estais na Terra, Jomozinhoo chamou um palavrão!!?”
- ‘Pensando melhor,’ – o Rei de Leão pensou – ‘Murphy também foi um grande filho da puta.’

Jomo se levantou para ir pegar um chá que havia deixado esquentando. Não que quisesse realmente receber o atual Rei de Libra em seu Castello quando ainda tinha trabalho a concluir, mas, ele percebia, não era como se ele tivesse alguma escolha. Albert iria infernizá-lo de qualquer jeito, com ou sem chá. A melhor coisa se fazer era tornar a situação em algo diferente da tortura diária que realmente era.
Apesar de que, verdade seja dita, Jomo não se importava muito com as visitas de Albert. Seu amigo era um dos poucos reis que ainda confiava nele, ao lado de Hathor, a nova Rainha de Escorpião.

- “O que o traz aqui Albert,” – ele começou a conversa, antes que o Rei de Libra fugisse do assunto e acabasse se esquecendo do que ia falar – “além de fugir do seu trabalho e filar chá de graça?”
- “Senti vontade de te ver não é desculpa?” – Albert perguntou, num falso tom de ofensa.
- “É uma desculpa sim, mesmo que ruim o bastante para perder das que meus príncipes dão quando não querem limpar o Reino.” – e voltou a questionar enquanto punha chá nas xícaras – “O que você veio fazer aqui, Albert?”

O libriano não parecia ter pressa de resolver seus afazeres, pois simplesmente ajeitou seus cabelos loiros e lisos com a mão, consciente de que assim também estava assanhando os fios da frente. Olhando para Jomo, respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo:

- “Óbvio que vim falar da Seleção Real. Aliás, quer mais chá, Jomo?”

O Rei de Leão estava meio atordoado. O que havia sobre a Seleção que já não fora discutido nos Templos Centrais? Um pouco confuso, mas ainda mantendo sua postura calma – ou fria, como dizia Albert – ele optou pela resposta mais neutra.

- “Quero sim. E quem fez o chá foi a senhorita Ana Manuela, Albert. Não ofereça o que nem é seu.”




Ayumi descansava um pouco em algum sofá aleatório situado em algum ponto qualquer no Aries Castello. Daniel havia trazido-a para lá afinal, após suas estranhas ações. Ele fingiu estar mais calmo depois de uma pequena discussão entre os dois, mas, mesmo sendo completamente desprovida de sensibilidade, Ayumi podia dizer que ele continuava chateado com alguma coisa.
Merda. Não bastasse os príncipes, servos e afins de Áries estarem a chamando toda hora para perguntar algo relacionado a Leon ou a algum treinamento, Daniel tinha que ter uma crise de TPM justo nessa hora. Além do mais, ela se vira anormalmente solitária sem a presença constante do príncipe real taurino ou de Ania, que não sorria desde a morte do senhor Leon.
Desse jeito ficava parecendo que ela precisava de ajuda.

- “Talvez eu precise é de um psiquiatra.” – ela resmungou para si mesma, inconscientemente – “Em que universo paralelo Daniel seria de alguma ajuda? Não em Olímpia, com certeza.”

Com um esforço físico que deveria ser mínimo, mas havia parecido para Ayumi como o esforço de correr todos os doze reinos de Olímpia mais Pantalassa[1] em algumas horas, a japonesa se levantou do sofá. Olhando em volta – agora sua visão já estava menos embaçada – ela notou que este era o quarto de Ania. O porquê de ela estar ali era um mistério, mas ao menos já não se sentia uma Alice encurralada.

- “Ah, você acordou.” – a voz que vinha detrás dela era fúnebre e cansada.

Ayumi nem precisou olhar para trás para confirmar quem era. Conhecia bem demais aquela voz, após quase um século de vida em Olímpia.

- “Ania?” – mas não olhou para trás – “Há quanto tempo eu...”
- “O senhor Daniel lhe trouxe há umas cinco horas.” – Ania respondeu rapidamente – “Você dormiu o tempo todo desde que chegou.”
- “EEEH!? Tudo isso!?” – ela estava espantada. Parecia ter se passado no máximo uma hora.

Olhou para Ania. Ela ainda parecia muito cansada.

- ‘Mas,’ – Ayumi pensou – ‘ao menos ela está falando algo.’
- “Ayumi...” – e Ania se aproximou da Princesa Real ariana – “Por favor... Volte a sorrir. Leon não queria ver você assim, acredite.”

De repente, tudo o que estava dentro dela acumulado parecia querer sair. Só então Ayumi percebera o quanto estava prendendo seus sentimentos desde a morte de Leon, pois sua primeira reação fora certamente calma. Ela abaixou a cabeça como quem ia chorar, exasperando Ania, que não sabia como consolá-la.

A primeira reação, então, fora a calmaria. A segunda, infelizmente, a tempestade.

- “E COMO É QUE EU VOU SABER O QUE AQUELE CARA QUERIA?!” – foi a súbita resposta de Ayumi – “ELE MORREU, NOS DEIXOU! PROVAVELMENTE O VAGABUNDO ESTÁ NA TERRA, FELIZ DA VIDA!”

Ania pulou para trás, completamente espantada, como se Mei houvesse aparecido junto de Albert dançando um réquiem da amizade - era notório que ambos se odiavam. Do estado emo-depressivo que a japonesa estava para ir subitamente ao franco-atirador de agora, não havia se passado nem mesmo dez segundos.
A velha Ayumi estava de volta.

- “POIS QUE ELE FIQUE SABENDO,” – ela continuava a gritar – “QUE EU NÃO VOU MAIS FICAR SOFRENDO POR AÍ!! ELE QUE ENCHA A CARA O QUANTO QUISER, VOU SUPERAR AQUELE VAGABUNDO! ISSO AÍ E...” – e, de repente, ela se lembrou de olhar para Ania – “E DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO!?”

Ania se pegou rindo – não, gargalhando – como não fazia há séculos.



Ato II - To be continued...[/font]

[1] Pantalassa; Fictício. Pantalassa é o oceano único que rodeia o Supercontinente de Olímpia, Gaya, onde estão os Doze Reinos mais o Templo Central de Mei. Também é o nome do primeiro oceano da Terra, quando ainda havia Pangéia.
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitimeSeg Jun 01, 2009 6:25 pm

Bom...eu tou acompanhando o fic no forum Familia Anime então...^.^ eu vou comentar o fic de uma forma melhor lá...XD hehehehe!! mas digo...ainda tou esperando a rainha de aquario aparecer...Ç.Ç

E detalhe Ju... todos os melhores do fic tão morrendo? o.ó Como pode ser tão má...ó.ò ?

Nota: brincadeirinha...=P hehehe...mas que realmente vc tá matando os melhores do fic...isso tá..*chorando* Ú.Ù
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MensagemAssunto: Re: Kami-sama no Kiseki   Kami-sama no Kiseki Icon_minitime

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